Instrumentos de Capoeira
BERIMBAU
O berimbau é o instrumento que comanda a roda da capoeira. Ele é um instrumento de uma só corda composto por uma verga de madeira (Biriba), um arame, uma cabaça, um caxixi (chocalho artesanal), uma vaqueta e para emitir seus sons é utilizado uma pedra ou dobrão (moeda de cobre).
Toques e suas funções:
Angola: É o toque específico do jogo de Angola. É um toque lento, cadenciado, bem batido no atabaque, tem um sentido triste. É feito para o jogo de dentro, jogo baixo, perigoso, rente ao chão, bem devagar.
São Bento Pequeno: É o toque para jogo solto, ligeiro, ágil, jogo de exibição técnica. Também conhecida como ANGOLA INVERTIDA.
São Bento Grande: É o toque mais original da capoeira Regional. É muito usado em apresentações públicas, rodas de rua, batizados e outros eventos e também nas rodas técnicas das academias para testar o nível de agilidade dos alunos.
São Bento Grande de Bimba: Como o nome já diz, é o toque de Bimba, pois é um tipo de variação diferente que mestre Bimba criou em cima do toque original de São Bento Grande. É o hino da Capoeira Regional Baiana.
Santa Maria: É o toque usado quando o jogador coloca a navalha no pé ou na mão. Inscita o jogo mas não incentiva a violência.
Iuna: É usado apenas para o jogo dos mestres. Neste toque, aluno é platéia, não joga nem bate palmas, jogam apenas os mestres e contra-mestres e algum instrutor, professor ou aluno graduado se, por ventura, seu mestre autorizar e lhe ceder a vez de jogar. No toque de Iúna não há canto.
Banguela: É o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta.
Idalina: É um toque lento, mas de batida forte, que também é usado para o jogo de faca ou facão.
Amazonas: É o toque festivo, usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.
Cavalaria: É o toque de alerta máximo ao capoeirista. É usado para avisar o perigo no jogo, a violência e a discórdia na roda. Na época da escravidão, era usada para avisar aos negros capoeiras da chegada do feitor e na República, quando a capoe ira foi proibida, os capoeiristas usavam a "cavalaria" para chegar da chegada da polícia montada, ou seja, da cavalaria.
Samba de roda: É o toque original da roda de samba, geralmente feita depois da roda de capoeira, para descansar e descontrair o ambiente. É no Samba de Roda que o capoeira mostra que é bom de samba, bom de cintura e bom de olho em sua companheira.
Normalmente são utilizados três berimbaus simultâneos na roda, um gunga ou berra-boi, um médio e um viola que possuem sons que vão tornando-se mais agudos gradativamente. O que dá diferentes nomes aos berimbaus é a diferença no tamanho de suas cabaças sendo que o viola possui a menor cabaça e o gunga a maior cabaça. Portanto a definição do tipo do berimbau que está sendo tocado depende diretamente dos outros berimbaus presentes na roda. O berimbau varia suas notas musicais através de uma maior ou menor pressão do dobrão no arame e de se encostar ou não a cabaça na barriga do tocador. O berimbau é segurado com o dedo mínimo por debaixo do barbante que prende a cabaça ao arame pela mão esquerda. O dobrão fica entre o polegar e o indicador desta mesma mão. Com a mão direita o tocador deve segurar o caxixi e bater ritmicamente com a baqueta contra o arame.
ATABAQUE
Instrumento muito antigo de origem oriental, presente entre os Persas e os Árabes e muito divulgado posteriormente na África. Chegou ao Brasil introduzido pelos Portugueses para ser usado em festas e procissões de origem religiosas a princípio. Devido aos africanos já o conhecerem com o tempo outros tipos foram trazidos para nosso país chegando aos terreiros e posteriormente tornando-se um dos componentes do ritmo da roda de capoeira. É o principal instrumento de percussão da roda marcando o ritmo e facilitando a sincronia entre os três berimbaus.
PANDEIRO
Utilizado na velha Índia e Península Ibérica na idade média em festas de bodas, casamentos e outras cerimônias religiosas.
Foi introduzido no Brasil também pelos portugueses e utilizado posteriormente em rodas de samba e pelos negros na roda de capoeira, sendo um instrumento de percussão geralmente mais agudo que o atabaque.